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08-10-2014 18:09

Homo sapiens e Genética

 

Há cerca de 4 anos passei nos EUA e especialmente em Washington, onde visitei vários museus do Smithsonian Institute.

 

Um deles mantinha uma exposição de longa duração e muito extensa. Sobre o tema das espécies e “raças” humanas, com muita informação histórica, estatística, um estudo muito completo.

 

Um dos estudos muito bem documentado e central na exposição, foi realizado alguns anos antes, e consistiu em escolher amostras amplas de individuos dos vários continentes, dos vários sub-continentes, das várias regiões da Terra, uma amostragem profissional, e entregar a cada indivíduo uma camisa T (T-shirt) de cor diferente para cada grupo.

 

Supondo 100 individuos da peninsula Ibérica, 100 camisolas amarelas, 100 da Europa ocidental central, 100 verdes, etc.

 

O objetivo do estudo consistia em estudar o DNA de cada indivíduo, criar uma base de dados, e reagrupar todos os indivíduos, mantendo as camisolas vestidas, de acordo com semelhanças de DNA.o que traduz origens genéticas.

 

O resultado, de modo gráfico e bem demonstrado, foi que, o que era originalmente um grupo de 100 camisas amarelas, passou a 100 individuos com camisas de todas as cores e o processo foi geral para todas as regiões.

 

Conclusão retirada do estudo: só existe uma espécie humana na Terra, com características e especificidades regionais ou sub-continentais, mas não existem “raças” na Terra.

 

Ou seja dos 100 indivíduos de pele branca clara, olhos azuis e cabelos loiros, alguns permaneceram no norte da Europa, outros foram parar a África, Ásia, América.

O mesmo para todos os outros grupos regionais.

 

Este estudo terminou, factualmente, com o racismo, nos seus vários graus.

 

Quem se interessa por genética sabe que existem várias empresas a nível global que estudam, contra pagamento, e através de amostra de saliva, o DNA de quem quiser saber as suas origens, e o resultado termina sempre da mesma maneira, por ex. 79,3% Médio Oriente e norte de África, dos quais 67,8 norte de África e 11,5% Médio Oriente e norte de África, 5,2% África sub-Saara, dos quais 3,6 % África Ocidental e 1,6% sub-Saara, 4,2% Europa, não definido, 3,4% Àsia do norte, 7,9% não definido.

Considera-se que existem 31 populações mundias ( não são raças) com DNA característico que as diferencia.

 

Não existe na nossa Terra uma única pessoa cujo resultado possa ser 100% Europa ou semelhante.

 

Mas, como é evidente, nada, no mundo natural ou no mundo humano, é perfeito.

 

O que quer dizer que algo não está certo, especialmente em relação à verdade absoluta que só existe uma espécie humana na Terra, o Homo sapiens.

 

O que fazer? Só existe uma hipótese, dúvida metódica e esperar, o tempo em princípio irá resolver esta questão.

 

E chegamos a 2013, ano passado, e alguns investigadores descobrem meios tecnológicos novos de mapear o DNA do homem neanderthalensis, e comparam com o nosso DNA, Homo sapiens.

Resultado, provávelmente esperado, mas surpresa para muitos, cerca de 4% (variável) do nosso DNA vem do Homem de neanderthal.

 

O que significa que houve inter-relacionamentos a nivel sexual entre estas 2 espécies e o atual Sapiens é um sapiens-neanderthal, pouco, mas é.

E sendo esta percentagem variável, pode-se pensar um pouco no assunto.

 

O processo de investigação continua, e já há algumas conclusões com sapiens asiáticos e Homo erectus, percentagem de cerca de 6% (variável).

 

De notar que o termo raça não é correto para classificar grupos de pessoas ou populações,  deve-se usar o termo população, povo, etnia, comunidade ou outro de acordo com a situação ou ambito.

 

 

Fernando Xavier

26 Maio 2014

 

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