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Atualidade / 1 / Os governos dos portugueses

Os portugueses não mereceram o governo PS de José Sócrates mas também não merecem o governo PSD/CDS de Passos Coelho.

 

O primeiro teve o cuidado de gastar mais do que devia e do que podia, gastou o que tinha e o que não tinha.

 

Os portugueses, como pessoas, empresas e sociedades também foram nesta onda de loucura, seguindo o mau exemplo do governo PS e gastaram o que tinham e o que não tinham.

 

Há pouco mais de 2 semanas veio a atual ministra das Finanças reconhecer esta realidade dupla mas não reconheceu o que realmente interessa.

 

A realidade é que os portugueses tiveram e têm que pagar o que gastaram mal, como indivíduos, famílias, empresas e sociedades mas também têm que pagar o que o governo gastou mal.

 

Lembro-me de uma ministra da Saúde de um governo PS anterior que disse que não tinha problemas de dinheiro no seu ministério tinha era problemas de organização.

 

Um ministro das Finanças, também PS, disse que “1 cêntimo é 1 cêntimo”.

Uma bela afirmação.

 

Mas, um outro ministro e também o PM da altura, PS, também vieram dizer publicamente que não achavam nada de mal os portugueses aproveitarem as viagens e as segundas casas e os segundos carros com os créditos bancários que eram oferecidos a toda a gente.

 

Sobre o governo PS de José Sócrates já deve estar tudo dito, um péssimo governo, pouco há a creditar em seu nome.

Os aspetos positivos deste governo são mandatos da Comissão europeia para modernizar o país nas áreas da burocracia do estado, e melhoria do acesso dos cidadãos a estes serviços, e nas áreas da energia e pouco mais.

 

O governo PSD/CDS de Passos Coelho inverteu completamente a situação, passou a responsabilidade dos encargos da dívida do estado para os portugueses, respondeu com a máxima diligência às exigências dos financiadores e mandantes políticos da Europa e esmagou a economia e o trabalho de uma geração, talvez mais, de portugueses.

 

Os que estão reformados, viram o contrato que tinham com o estado, no que respeita a final de vida estável, organizado e sossegado, transformado num problema sério e muito grave para a sua estabilidade em termos de espectativas e em termos de saúde.

 

Os que tinham trabalho em empresas próprias ou de outros perderam esse trabalho em muito alta percentagem e tiveram e têm que emigrar para manter alguma espetativa de vida normal.

 

Os que não emigraram e ficaram a viver, com muitas dificuldades, no seu país, viram o seu nível de vida esmagado, passaram a ter que pagar o que deviam e o que o estado deve e que vai aumentando todos os anos.

A mais não foram obrigados porque existe uma lei constitucional que forçou o governo a limitar as suas desmandas sociais.

 

Os jovens que chegam ao mercado de trabalho não têm espetativas normais, sabem que não têm lugar, sabem que o governo não os quer a trabalhar, que não precisa deles.

 

O atual governo teve todas as oportunidades de defender os portugueses perante as exigências europeias e internacionais, bastando para isso ter tido a firmeza de caráter e de personalidade para saber negociar em nome dos portugueses o pagamento da dívida do estado.

 

Bastava perceber que se o pagamento fosse diferido em 10 ou 20 anos, a situação seria muito mais favorável para as pessoas e para o país e em regra para todos.

 

E basta pensar onde estavam os que agora exigem os pagamentos.

Estavam a emprestar para o país gastar.

 

O atual governo perdeu uma boa oportunidade de ficar na nossa história como um governo (e um PM e um PR) que defenderam os portugueses e afirmaram a nossa identidade e personalidade.

 

Vão ficar na história como personagens que defenderam e cumpriram com o mázimo zelo as exigências de outros, mal pensadas e exageradas e defendendo outros interesses que não os dos portugueses.

 

As consequências são muito graves para estes portugueses de hoje e fica a marca para gerações futuras.

A personalidade, a maneira de ser um povo é reforçada todos os dias e especialmente nos momentos históricos.

A dos portugueses tem sido destruída todos os dias.

 

Há poucos dias veio de novo a ministra das Finanças informar o país que o governo está preparado para antecipar pagamentos ao FMI, esquecendo os maltratados portugueses que, como se percebe, nada merecem deste governo.

São carne para canhão.

 

Há alguns anos, quando se iniciou esta crise, vieram algumas pessoas, a nível internacional, propor que o nível de endividamento do estado, desde o governo até autarquias, empresas públicas, parcerias, etc, deveria estar legislado na constituição e concordo totalmente.

Claro que o governo se insurgiu perante esta ideia.

 

Não podemos continuar a confiar nos nossos governos atuais ou futuros.

 

Há países na Europa, como a Suiça, em que se plebiscita regularmente os gastos do estado, as decisões de governo mais importantes.

 

O estado quer comprar coletes à prova de balas para a polícia, pois prevê que vai haver revoltas e manifestações violentas na sequência de medidas que vai tomar e pretende gastar alguns milhões.

 

Pede a opinião das pessoas e tenho a ceteza que a resposta seria NÃO.

 

Como não pediu opinião do país gasta os milhões e os equipamentos ficam armazenados para futuras emergências.

 

A força e a verdade que se podem encontrar nas pessoas vulgares na rua em qualquer cidade portuguesa deveriam fazer pensar os governantes.

 

Muitas vezes basta perguntar às pessoas o que pensam de uma decisão a tomar e a resposta é lógica, correta e muito válida e importante.

 

Com base nestas respostas do mundo real podem os políticos balizar as suas ações e evitar decisões erradas.

 

Fernando Xavier

21 Janeiro 2015

 

 

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Fernando A Xavier faxavier@hotmail.com