Homo sapiens

 

 

Homo Sapiens / 7 / Dimorfismo Sexual nos Humanos

 

O dimorfismo sexual representa o eventual conjunto de diferenças físicas entre os géneros masculino e feminino da mesma espécia animal ou vegetal.

Em relaçãos aos animais em geral, verificam-se facilmente estas diferenças, pelo tamanho corporal, peso, altura, revestimentos de penas, pelos, cores, cornos, etc, numa variedade bastante larga de aspetos físicos exteriores.

No que respeita aos humanos, no aspeto exterior, em média, são facilmente identificadas as diferenças de tamanho, altura, peso, musculatura, mais alguns efeitos decorativos como os pelos faciais, pelos corporais e também um aspeto geral mais angular do corpo masculino e e mais arredondado do feminino, consequência de uma camada de gordura sub-cutânea mais importante.

Aspetos exteriores relacionados com a sexualidade são a genitália exterior no homem e interior na mulher e as glandulas mamárias mais desenvolvidas no sexo feminino.

No que respeita ao esqueleto, conjunto dos nossos ossos, as diferenças são pouco notadas mas existem, como são os ombros mais largos e tórax maior e bacia mais estreito no homem, bacia mais larga e pernas mais curtas nas mulheres o que representa um centro de gravidade mais baixo.

Cada uma destas diferenças representa uma vantagem ou desvantagem nos vários aspetos da vida reprodutiva, social, no trabalho, desportiva.

Sendo o nosso tipo de reprodução sexuada e vivipara, o que significa que o embrião é gerado pela interação sexual entre macho e fêmea e se desenvolve no interior do corpo da mãe, isso traz consequências na ossatura feminina de suporte.

Além do espaço interior necessário ao suporte de desenvolvimento do feto, os humanos por serem bípedes, devem igualmente considerar a saída ou nascimento do feto, ao fim de 9 meses de desenvolvimento, e com cerca de 2,5 kg de peso, comprimento de 60cm a 80cm e diâmetro de cerca de 12cm.

A bacia ou pélvis é a porção do esqueleto que apresenta maiores diferenças sexuais, nas mulheres desenvolve-se no sentido da largura, criando base de suporte ao crescimento do feto, com a bacia em geral mais larga, nos homens desenvolve-se em altura.

Alem disso, o canal superior é oval nas mulheres, enquanto nos homens tem forma de coração, embora haja variações.

 Estas diferenças manifestam-se na puberdade e estão intimamente relacionadas com a reprodução, pois a pélvis feminina, alem de suportar o peso do feto durante a gravidez, deve conte-lo e permitir a sua saída ou nascimento no momento do parto. 

Daqui surge o conceito de competição entre a mãe e o feto, ou seja este sobrevive melhor quanto maior for, e quanto mais tarde nascer, e para aquela o parto será tanto mais fácil quanto menor for o feto e quanto mais cedo nascer.

A bacia da mulher é mais larga, o que obriga a uma ligação aos ossos das pernas, fémures, igualmente mais larga, o que exteriormente se manifesta no andar, as mulheres têm os joelhos mais próximos. Os homens apresentam pernas mais verticais de cima a baixo.

A evolução do género humano obrigou a locomoção bípede, e depois ao crescimento do cérebro, com uma limitação significativa que é o canal de nascimento no esqueleto da mulher.

Para contornar estas limitações, diâmetro do canal de nascimento na mulher, o feto humano nasce aos 9 meses muito precocemente, com praticamente nenhuma autonomia, e com o crâneo ainda não formado e consolidado.

Podemos considerar um desenvolvimento em 2 fases, uma interior ao corpo materno, 9 meses, e outra exterior, 1 a 5 anos ou mesmo mais, no ambiente exterior.

Fernando Xavier

03 Junho 2014

Homo sapiens / 6 / Esqueletos do Género Homo

Tipos físicos do Género Homo  

De todo o nosso corpo o que tem probabilidades de permanecer por milhares e talvez milhões de anos na Terra são os nossos ossos, que no conjunto formam o nosso esqueleto, e que são mais resistentes, são duros, são de composição mineral.

 

Dentre todos, os mais resistentes, são certamente o crâneo e os dentes, o primeiro por ser desenhado para proteger o nosso maior valor material, o cérebro, os dentes por serem concebidos para esmagar, cortar, triturar, mastigar e terem revestimento em esmalte.

 

Os ossos dão indicações muito importantes sobre muitas características e capacidades dos antigos Homo.

 

Vamos começar pela crâneo e estudar comparativamente com o nosso:

 

O Homo sapiens tem um crâneo com queixo, face vertical, nariz saliente, olhos frontais pouco encovados, arcada supraorbital pouco saliente, e testa vertical, por trás da qual fica o cérebro.

O crâneo depois desenvolve-se em arco quase circular até fechar na parte de trás da cabeça.

A parte mais larga do crâneo é na parte lateral superior.

Sendo a maior parte dos alimentos preparados antes de ingeridos, as maxilas e respetiva musculatura são mais pequenas e ligeiras.

Em geral tem de utilizar as mãos para levar à boca e morder, tanto na alimentação como nas ações ofensivas e defensivas.

Como se sabe o Homo sapiens pode variar em altura, em média, entre 1,50m e 1,90m..

 

Os Homos neanderthalensiserectus e outros apresentam crâneos com as seguintes diferenças:

sem queixo, face com dentes salientes projetando frontalmente, nariz com cavidade larga e pouco saliente, arcada supraorbital pronunciada, protegendo os olhos, testa fugidia ou quase inexistente.

O crâneo prolonga-se para trás, baixo e mais longo terminando numa saliência occipital de que não se sabe a função. O volume deste crâneo, 1200 a 1700cm3, variando com o tempo, é semelhante ou superior ao do Sapiens.

A parte mais larga do crâneo situa-se a meia altura, onde ancoram os fortes musculos da maxila inferior.

Os dentes têm função autónoma independente das mãos, ou seja podem morder e apreender, enquanto utilizam as mãos noutra atividade.

Muitos alimentos são consumidos tal como são encontrados, nas árvores e nas presas de caça.

 

Caixa toráxica mais volumosa e saliente, assegurando maior capacidade de esforço físico.

 

Os braços são mais compridos, os ossos são mais fortes induzindo musculatura mais desenvolvida. Dedos grandes e robustos.

Ossos da perna mais fortes e arqueados, ossos da tíbia e fíbula mais curtos.

Estes Homo teriam entre 1,30 a 1,65m de altura.

Ou seja, gente possante e resistente, mas de pouca velocidade.

 

Com esta descrição só falta resumir, fortes, brutos e estúpidos.

Mas esta ultima característica é deduzida da testa curta e ao que se sabe nunca desenvolveram sociedades ou grupos sociais mais elaborados que tribos ou mesmo aldeias.

 

Sabe-se que estes Homo viveram em períodos de glaciações que gelaram toda a Europa e Ásia variando entre o paralelos da Europa Central /Norte e o dos Pirinéus, e supõe-se que teriam uma camada muito forte de gordura sob a pele.

 

A pele deveria ser resistente e evntualmente mais espessa que a nossa e ter revestimento piloso bastante importante o que lhes permitia liberdade de movimentação em climas diversos, frios e quentes.

Em relação à cor da pele nada se sabe, há várias hipóteses mas não se podem verificar.

 

Fernando Xavier

 

03 Junho 2014

 

 

Homo sapiens / 5 / Homo sapiens e a Fauna Atual

Homo sapiens e a Fauna Atual

 

Quando era miudo vivia em Moçambique com os meus pais e irmãos, e faziamos de carro bastantes viagens principalmente entre Xai-Xai e Lourenço Marques (Maputo) e depois numa segunda fase entre Nampula e Nacala / Ilha de Moçambique.

 

As estradas eram em terra e uma viagem de 200 km podia levar 5 a 6 ou mais horas, e considerando as estações do ano, no Verão, época de chuvas e monções, saímos sempre muito cedo para evitar o calor do meio-dia. À volta era ao contrário saíamos à tarde e chegavamos ao fim da tarde ou noite.

 

As viagens eram sempre muito animadas, aconteciam muitas coisas, furavam pneus, avariava qualquer coisa no carro, vidros cheios de pó tinham que se lavar, parávamos para refrescar e descansar, etc.

 

A paisagem era de savana, muito mato, árvores disseminadas, e vistas largas e longas.

 

Uma das principais atrações e animações das viagens eram os animais que víamos, muitas vezes na estrada, perto desta e também a alguma distância.

 

Havia sempre avestruzes, gazelas, impalas, gnus, hienas, raposas, coelhos, galinhas do mato, perdizes, zebras, girafas, e também leões, elefantes, bufalos, e crocodilos e hipopótamos nos rios.

 

Os crocodilos e hipopótamos eram no rio Limpopo, e no Incomáti, e no Monapo, principalmente, e eram paragens obrigatórias.

 

Com o passar do tempo, liceu em LM, perdi um pouco este contacto com o mato, mas voltei mais tarde, alguns anos, e passei em todos estes sítios.

 

As avestruzes, nunca mais as vi, desapareceram totalmente.

 

As perdizes, galinhas do mato, raposas, coelhos, ainda se viam em viagem, mas todos os outros desapareceam de vista.

Os crocodilos e hipopótamos desapareceram dos locais onde os via nos rios.

 

Os elefantes e bufalos, leões e espécies de maior porte, para os ver tive que passar na reserva do Maputo e na Gorongosa e no rio Zambeze, zona de Inhamitanga e Marromeu, zonas muito pouco povoadas e afastadas.

 

Ou seja, em pouco mais de 10 anos, os Homo sapiens eliminaram a fauna selvagem de um território muito vasto. Mas a exterminação foi sempre seletiva, primeiro os mais perigosos, e que também introduziam uma componente de adrenalina, e depois os outros, escapando a esta regra os pequenos, furtivos e os que se amansavam.

 

A propósito de amansar, como mencionei no ultimo artigo, referente à Megafauna, os ascendentes das nossas ovelhas atuais eram mamíferos ferozes maiores que os lobos, carnívoros e predadores perigosos, mas face aos Homo sapiens rápidamente perceberam que não tinham hipóteses e optaram por amansar, perderam os dentes de carnívoros, ficaram mais pequenos e vestiram a pele de ovelhas e foram domesticados e com esta opção salvaram a espécie.

 

Outra questão que me preocupou durante anos, foram as ossadas, esqueletos de elefantes que vi várias vezes em miudo em alguns locais, e em grande numero.

Sempre achei estranho como estavam tantos ossos juntos num local.

Perguntei e sempre me disseram que os elefantes gostavam de morrer todos no mesmo local, tinham cemitérios.

Bastantes vezes pensei no assunto e imaginei um elefante moribundo, a arrastar-se pelo mato para ir morrer no seu cemitério.

Só mais tarde percebi que se tratava de cemitérios, é verdade, mas escolhidos pelo Homo sapiens.

E nunca lá tinha visto as presas dos elefantes.

 

Quando vivia no Xai-Xai, íamos muitas vezes à praia que ficava a 10km da vila, localizada junto do rio Limpopo.

A praia era muito perigosa porque havia tubarões e todos os anos alguém morria ou perdia uma perna por ataque de tubarões, a poucos metros da areia. Especialmente os turistas sul-africanos que se aventuravam mais.

Foi iniciada uma guerra aos tubarões, com iscos envenenados, explosivos, pesca da praia, pesca de barco, mas não foi possivel terminar com os tubarões, ou porque havia muitos ou vinham outros.

As autoridades acabaram por montar uma rede dentro de água, talvez 500m, e só se devia nadar dentro da rede.

Mas sempre acontecia qualquer coisa, os tubarões entravam na rede, por cima ou por baixo e voltava tudo ao mesmo.

 

Lembro-me, na minha mentalidade de miudo sapiens, de pensar várias vezes neste problema e de como seria possível acabar com os tubarões. Quem sai aos seus não degenera.

 

Claro que esta ideia ocorreu a muitas pessoas pelo mundo fora, e foi instaurada uma caça ao tubarão, guerra não oficial mas muito ativa, de tal maneira que entraram em vias de extinção, deixaram de atacar os sapiens.

 

Ainda há cera de 1 mês, na Austrália ocidental uma pessoa morreu por ataque de tubarão, e foi reiniciada a caça localmente, prontamente denunciada pelas associações de defesa das espécies e a caça foi suspensa.

 

O que acontece a um cão que morde a um sapiens?
É imediatamente abatido.

 

Fernando Xavier

10 Outubro 2014

 

 

Homo sapiens / 4 / Homo sapiens e a Megafauna

 

O homem moderno, Homo sapiens, na sua versão mais pré-histórica, evoluiu em África, central-leste, há cerca de 300.000 anos, e passou a expandir-se pelos outros continentes a partir de há 70.000 anos, incluindo Austrália e Américas.

 

Uma limitação às suas deslocações era a glaciação que gelava o norte e centro da Europa, Ásia e América, até aos Pirinéus, Himalais, e América Central.

 

Em todos os locais onde chegou existia vida animal, quadrúpede e bípede, estes últimos representados pelos Homo neanderthalensis e Homo erectus e algumas outras sub-espécies.

Estes humanos eram considerados com crâneo e cérebro maiores que os nossos e mais fortes físicamente, nos ossos e musculatura, mas mais baixos e menos hábeis.

 

Dentre os quadrúpedes, os maiores são designados como Megafauna, e podemos salientar os Mamutes(4-5m, 15 a 20 ton), os Mastodontes (3m, 7 ton), a Preguiça-gigante( 2m/4m, 4 ton), o Urso das cavernas (2,2m/4m 1,5 ton), Tigre Dentes de Sabre (400 kg), Zebra gigante, o Búfalo gigante, Hipopótamo europeu , Alce gigante, Hiena gigante, Facócero gigante, Lobos gigantes (120kg). Um animal curioso destes tempos era a ovelha que seria do tamanho de um lobo grande e carnívoro, donde a imagem de lobo em pele de ovelha da Bíblia.

Havia muitas outras espécies e também outras de menor porte.

Uma característica comum a todos eles, bípedes e quadrúpedes, seria a capacidade física de defesa e ataque ou seja deviam ser todos bastante perigosos em situação extrema.

 

Outro facto comum, desapareceram todos, aproximadamente há 10.000 anos, ou entre os 20.000 e os 10.000 anos.

 

Quando procuramos explicação para um acontecimento invulgar, a primeira regra é saber o que aconteceu na mesma altura, algo diferente.

 

E o que aconteceu é simples – chegou o Homo sapiens.

 

Há quem pretenda justificar este desaparecimento por alterações climáticas, meios de alimentação, catástrofes, mas nada aconteceu de dramático nestas esferas.

Pelo contrário as espécies vegetais que seriam a base da sua alimentação ainda hoje existem, quantidades muito diminuídas pela nossa ação, tanto pela desmatação pelo fogo posto, para facilitar a penetração, como pela ocupação dos terrenos para agricultura, e para sedentarização, considerando o aumento explosivo da população.

Por outro lado, considera-se que há 10.000 anos terminou a utlima glaciação, ou seja, aumentaram muito os territórios disponíveis e aumentaram os recursos alimentares para suportar os herbívoros e estes para suportar os carnívoros.

Em alguns casos, a extinção destas espécies pode difícilmente ser explicada pela competição direta, alimentar ou territorial, com o Homo sapiens, como o caso dos outros Homo, o urso das cavernas, e eventualmente algumas espécies de lobos e pouco mais.

 

Quem quiser ampliar esta lista, basta pesquisar os animais extintos pré-históricos, históricos e os em via de extinção.

Nos nossos dias a Europa, Ásia e América do Norte, e Austrália, podem ser considerados continentes “livres” de animais selvagens de algum porte. A América do Sul e África vão a caminho deste futuro comum.

 

Neste aspeto, a ultima fronteira são os oceanos.

 

As baleias, os tubarões, os golfinhos, já estiveram em situação muito delicada, em vias de extinção. E atualmente outras espécies, como o atum, peixe espada, e muitos outros estão na mesma situação, extinção eminente.

Destes só o atum tem sido capturado para fins alimentares.

 

Todos sabemos a guerra que foi movida aos tubarões, porque atacaram bastantes humanos, e que só terá sido suspensa há pouco tempo, a tempo de impedir a extinção.

 

O nosso comportamento em relação às outras espécies é de aniquilar se for ameaçador ou diferente, submeter se for dócil, tolerar se tiver que ser até se tornar possível uma das primeiras.

 

Ao nível da Flora a situação foi e é muito parecida.

 

Quando chegarem os ET a esta nossa Terra eles que se cuidem.

 

Fernando Xavier

11 Junho 2014

 

 

Homo sapiens / 3 / Género Homo na Terra

 

A vida biológica complexa existe na Terra há pelo menos 450 milhões de anos (MA) nos oceanos e nos continentes há cerca de 300 MA e sabemos que a Ordem dos Primatas deverá ter surgido há cerca de 15 a 20MA.

 

A linha inicial de evolução dos Primatas é duvidosa, mas a partir de há 7 MA considera-se o Género Sahelanthropus e Espécie tchadensis (1 parte de crâneo-Chade) cérebro 380cm3, como o primeiro hominideo e depois há 6 MA o Género Orrorin Espécie tugenensis (partes de ossos-Quénia), que seriam bípedes. O Género Ardipithecus seria o sucessor deste ultimos e teria as Espécies kadabba, 5,2 a 3,8 MA, e kaddaba ramidus, 4 a 3,8 MA (ambos pedaços de ossos).

 

A partir de 4 MA entramos numa era mais conhecida que inicia a subtriboaustralopitecina (tribo Hominini) que se refere aos Géneros Australopithecus e Paranthropus os primeiros considerados “gráceis” e os segundos “robustos”.

 

O Género Australophitecus inclui as espécies afarensis (Lucy, 3,2 MA,380-430cm3), africanus, anamensis, bahelghazali , garhi e sediba (2 MA, 420cm3, 1,3m) entre 4 e 2 MA e o Género Paranthropus inclui as Espécies robustus, boisei, aethiopicus, entre 3 e 1 MA, todos bípedes com algumas semelhanças entre si e tamanho (1,50m) e cérebro (550cm3) pequenos, ainda com aspeto muito macacóide, braços muito longos e fortes, pés com dedo grande em oposição, crâneo reforçado.

Estas espécies são considerados como vivendo em grupos com dezenas de indivíduos, sem território fixo, na fronteira entre savana e floresta, subindo bem às arvores, em movimentação constante, como os macacos atuais. A violencia entre elementos de um grupo seria natural, tanto para definir hierarquias sexuais e no grupo como para acesso a alimentação.

 

Há 2,5 MA apareceram os primeiros Primatas do Género Homo, o da Espécie habilis, até há 780.000 anos, utilizador de ferramentas com cérebro de 600 a 650cm3, 1,50 m de altura, caçador com braços compridos.

Uma variante era o Homo rudolfensis (700 a 800cm3, 1,60m).

 

Das espécies mais interessantes e imediatamente precursoras da nossa, Homo sapiens, temos o Homo erectus, que saiu de África há cerca de 2 mihões de anos e povoou a Europa e Ásia até há 50.000 anos, com cérebro de 800 a 1250cm3, considerado o primeiro a utilizar o fogo, com 1,50 a 1,70m de altura, embora apareçam outras subespécies até 1,90m de altura.

O seu crâneo ainda apresenta falta de queixo, dentes projetados para diante, arcada supra-ocular saliente, testa quase inexistente e crâneo baixo e prolongando para trás.

Teria uma organização social de pequenos grupos, já construía abrigos de pedra, e teria uma divisão de tarefas rudimentar.

O Homo erectus parece ter tido muitas sub-espécies, incluindo Homo floresiensiscom 1 m de altura mas mais moderno e evoluído noutros aspetos, e uma evolução física e craniana muito extensa, e utilização de ferramentas de pedra e de madeira e eventualmente linguagem.

 

O ultimo exemplar de espécie Homo anterior ao sapiens, é o neanderthalensis, que terá habitado a Europa e Ásia Central desde 300.000 até cerca de 30.000 anos atrás, cérebro com 1200 a 1700cm3, atarracado, 1,65 m de altura, muito forte, geralmente superior ao erectus em todos os aspetos físicos e tecnológicos. Deve ter utilizado uma linguagem.

 

O Homo sapiens saiu de África há cerca de 70.000 anos e ocupou todos os continentes incluindo o Americano e o Australiano. O homem de Cro-Magnon, seria uma versão inicial  do sapiens  na Europa.

 

Tanto o Homo erectus como o neanderthalensis e o floresiensis (até há 10.000 anos) conviveram com o Homo sapiens, e não lhe sobreviveram.

Mas mantiveram relações sexuais e tiveram descendência.

 

Fernando Xavier

 

03 Junho 2014

 

 

 

Homo sapiens / 2 / Homo sapiens e Genética

 

Há cerca de 4 anos passei nos EUA e especialmente em Washington, onde visitei vários museus do Smithsonian Institute.

 

Um deles mantinha uma exposição de longa duração e muito extensa. Sobre o tema das espécies e “raças” humanas, com muita informação histórica, estatística, um estudo muito completo.

 

Um dos estudos muito bem documentado e central na exposição, foi realizado alguns anos antes, e consistiu em escolher amostras amplas de individuos dos vários continentes, dos vários sub-continentes, das várias regiões da Terra, uma amostragem profissional, e entregar a cada indivíduo uma camisa T (T-shirt) de cor diferente para cada grupo.

 

Supondo 100 individuos da peninsula Ibérica, 100 camisolas amarelas, 100 da Europa ocidental central, 100 verdes, etc.

 

O objetivo do estudo consistia em estudar o DNA de cada indivíduo, criar uma base de dados, e reagrupar todos os indivíduos, mantendo as camisolas vestidas, de acordo com semelhanças de DNA.o que traduz origens genéticas.

 

O resultado, de modo gráfico e bem demonstrado, foi que, o que era originalmente um grupo de 100 camisas amarelas, passou a 100 individuos com camisas de todas as cores e o processo foi geral para todas as regiões.

 

Conclusão retirada do estudo: só existe uma espécie humana na Terra, com características e especificidades regionais ou sub-continentais, mas não existem “raças” na Terra.

 

Ou seja dos 100 indivíduos de pele branca clara, olhos azuis e cabelos loiros, alguns permaneceram no norte da Europa, outros foram parar a África, Ásia, América.

O mesmo para todos os outros grupos regionais.

 

Este estudo terminou, factualmente, com o racismo, nos seus vários graus.

 

Quem se interessa por genética sabe que existem várias empresas a nível global que estudam, contra pagamento, e através de amostra de saliva, o DNA de quem quiser saber as suas origens, e o resultado termina sempre da mesma maneira, por ex. 79,3% Médio Oriente e norte de África, dos quais 67,8 norte de África e 11,5% Médio Oriente e norte de África, 5,2% África sub-Saara, dos quais 3,6 % África Ocidental e 1,6% sub-Saara, 4,2% Europa, não definido, 3,4% Àsia do norte, 7,9% não definido.

Considera-se que existem 31 populações mundias ( não são raças) com DNA característico que as diferencia.

 

Não existe na nossa Terra uma única pessoa cujo resultado possa ser 100% Europa ou semelhante.

 

Mas, como é evidente, nada, no mundo natural ou no mundo humano, é perfeito.

 

O que quer dizer que algo não está certo, especialmente em relação à verdade absoluta que só existe uma espécie humana na Terra, o Homo sapiens.

 

O que fazer? Só existe uma hipótese, dúvida metódica e esperar, o tempo em princípio irá resolver esta questão.

 

E chegamos a 2013, ano passado, e alguns investigadores descobrem meios tecnológicos novos de mapear o DNA do homem neanderthalensis, e comparam com o nosso DNA, Homo sapiens.

Resultado, provávelmente esperado, mas surpresa para muitos, cerca de 4% (variável) do nosso DNA vem do Homem de neanderthal.

 

O que significa que houve inter-relacionamentos a nivel sexual entre estas 2 espécies e o atual Sapiens é um sapiens-neanderthal, pouco, mas é.

E sendo esta percentagem variável, pode-se pensar um pouco no assunto.

 

O processo de investigação continua, e já há algumas conclusões com sapiensasiáticos e Homo erectus, percentagem de cerca de 6% (variável).

 

De notar que o termo raça não é correto para classificar grupos de pessoas ou populações,  deve-se usar o termo população, povo, etnia, comunidade ou outro de acordo com a situação ou ambito.

 

 

Fernando Xavier

26 Maio 2014

 

 

Homo sapiens / 1 / Homo                       

 

A nossa Terra foi sendo povoada por várias espécies de seres vivos mas a espécie que nela tem deixado uma marca importante é a nossa espécie, sapiens, do género Homo.

 

O género Homo divergiu, ou mutou, de outros géneros da ordem dos Primatas há pelo menos 2,5 milhões de anos, e isso aconteceu na África central leste, região dos grandes lagos.

 

Nessa altura e há cerca de 2 milhões de anos, o género Homo iniciou uma migração que o levou a povoar especialmente os continentes africano, europeu e asiático, supondo-se que não haveria nenhuma espécie bipede e inteligente nestes territórios.

 

Como as condições climáticas eram muito diferentes, e com o passar de centenas de milhares de anos, foram-se desenvolvendo espécies de Homo diferentes nestes territórios.

 

São conhecidas as espécies erectus, talvez a mais global, ocupando a Europa do sul, África, Ásia central e oriental, a espécie floresiensis, na ilha das Flores, a espécie neanderthalensis, que teria vivido em toda a Europa e médio oriente e ainda partes da Àsia ocidental, e outras.

 

Para descrever rápidamente estas espécies, podemos resumir, erectus, 1,50m a 1,70m, testa curta, mas com mais variação em altura e muitas sub-espécies,floresiensis, muito pequeno, com cerca de 1m, mas no restante similar aos outros, neanderthal, forte, robusto, cérebro maior que o nosso, um pouco mais baixo. Foram identificadas outras variantes, mas que foram sendo ou vão sendo reclassificadas nestas espécies e outras.

 

De todas estas espécies a de Homo erectus é considerada a que mais tempo sobreviveu na Terra, cerca de 1,7 milhões de anos, embora considerando muitas subespécies.

 

Há cerca de 300.000 anos surgiu, de novo em África, uma espécie nova, mais alta, mais ligeira físicamente, cérebro desenvolvido, com crâneo mais em altura que os anteriores- estes tinham crâneo sem testa e mais em profundidade, alongando para trás.

Esta nova espécie, Homo sapiens, somos nós, considerada a única espécie humana a viver atualmente na Terra.

Mas o Homo sapiens só a partir de há 70.000 anos saiu de África e foi-se multiplicando pelos continentes da Terra.

Uma questão interessante, o que aconteceu a estas outras espécies, que estavam todas vivas e ocupando pelo menos a África, Europa e Ásia? Viveram com os sapiens alguns anos, talvez 30.000 anos e depois desapareceram.

Como se sabe a vida é muito resiliente, é muito difícil de eliminar, a qualquer nível, animal, vegetal, microbiana, etc.

Uma exceção terão sido os dinossauros.

Outra exceção terão sido as outras espécies de Homo além dos sapiens.

Sabemos, ou pensamos, que os dinossauros foram eliminados por uma catástrofe, como a queda de um meteorito de grandes dimensões, há cerca de 65 milhões de anos.

O perigo que aniquilou estas outras espécies de Homo, foi outro, de caracter diferente mas igualmente letal.

É bastante difícil de dizer e aceitar mas se pensarmos um pouco, vamos considerar as qualidades e especificidades do Homo sapiens – inteligente, habilidoso, criativo, inventivo, competitivo, mas também, intolerante, invejoso, vingativo.

Quando pensamos nas qualidades, pensamos na evolução meteórica da sociedade, na tecnologia, na qualidade de vida.

 

Quando pensamos nos aspetos negativos, especialmente a intolerancia, pensamos nas guerras, extermínios, incluindo tentativas declaradas de eliminar um tipo de sapiens porque tem uma religião diferente, cor de pele diferente, pertence a uma ideia diferente.

 

Para pensar, mais uma questão:

Julgava-se que o sapiens e os outros Homo seriam genéticamente incompatíveis.

Não é verdade.

 

 

Fernando Xavier

 

25 Maio 2014

 

 

Contactos

Fernando A Xavier faxavier@hotmail.com