Soltos
Soltos / 4 / Novas Invenções
Novas invenções mais desejadas
A evolução da tecnologia inventada pelos humanos é extensíssima, mas podemos salientar como decisivas e que marcaram os tempos, a fala, a roda, a escrita e os numeros.
Limitando os horizontes, considerando o nosso tempo atual, podemos pensar em invenções a médio prazo e que seriam extremamente úteis, economizando energias, recursos e desperdícios.
Iria propor algumas invenções que me parecem muito importantes:
A primeira tem a ver com a água e com o microondas.
O atual microondas pode ser utilizado de várias maneiras, especialmente para aquecer e cozinhar, variando simplesmente a potência e tempo de exposição.
Mas também pode ser utilizado para desinfetar tudo o que não seja metálico ou vivo.
Uma exposição de alguns segundos, cerca de 20, desinfeta escovas de dentes, pentes, outras escovas e muitos outros utensílios não metálicos.
Uma exposição um pouco mais prolongada, menos de 1 minuto, sanitiza todo o tipo de loiça não metálica, tecidos e roupas, meias, camisas, só limitados pela sua dimensão em relação ao aparelho disponível em casa.
Em relação ao microondas, a minha invenção mais desejada seriam vários tipos novos, incluindo 1 para materiais metálicos que permitisse sanitizar todo o tipo de equipamento metálico de cozinha, e profissional, incluindo telemóveis, tablets, teclados, ratos.
Um outro tipo, poderia permitir sanitizar as nossas mãos, um aparelho com duas aberturas, metem-se as mãos e ao fim de alguns segundos mãos totalmente limpas e sem cheiros.
Um pouco mais complicado, um microondas a substituir o chuveiro, onde pudessemos entrar e sair poucos segundos depois totalmente limpos e frescos.
Um ultimo seria um microondas portátil, que permitisse atuar sobre os objetos e equipamentos de maior dimensão de casa e do trabalho e de outras atividades.
Falo de microondas mas poderia ser outro tipo de energia como radiação ultravioleta ou uma solução mista ou totalmente nova.
O benefício destes tipos de novas soluções de limpeza e sanitização seria uma economia gigantesca no uso da água.
O benefício ao nível da saúde pública e pessoal seria certamente enorme.
A minha segunda invenção, seria uma embalagem do tipo eletromagnética, que permitisse substituir as embalagens atuais de papel, plástico, metálicas.
Esta embalagem poderia ser realizada de modo a permitir as várias formas necessárias, em geral paralelipipedos ou cilindros, permitindo marcas, informações coloridas, exatamente como as embalagens atuais.
Sendo de uma forma de energia eletromagnética estas embalagens poderiam ser desativadas quando não necessárias e desapareceriam sem deixar rasto.
E acabavam-se as lixeiras de embalagens.
No domínio da energia a minha proposta seriam novas baterias com capacidade de carga muitas vezes superiores às atuais, autonomia muito ampliada e com muito menor volume e peso, tempo de vida útil muito ampliado e recicláveis.
Estas baterias seriam modulares, poderiam ser instaladas no nosso automóvel, levadas para casa e utilizadas nesta, transportadas para todas as atividades de interior e exterior necessitando de energia elétrica, domésticas, profissionais, desportivas e outras.
Seriam carregadas em casa, ou no automóvel, a partir da rede pública e teriam autonomia de muitos dias ou meses
Uma melhoria significativa seria estas baterias serem carregadas diretamente por exposição solar.
Seria a autonomia pessoal total em energia elétrica.
E representaria uma economia de custos e evitaria desperdícios muito altos na energia produzida e consumida no planeta.
A energia térmica, e todas as formas de radiações existentes no universo e disponíveis atualmente na Terra, que são depois transformadas em todas as outras formas de energia utilizadas pelos seres vivos, incluindo a vida, provêm maioritáriamente do Sol.
A minha quarta invenção mais desejada seria um equipamento ou conjunto de equipamentos de alto rendimento permitindo utilizar a energia solar direta ou quase diretamente para os vários fins necessitados na Terra, como são a energia térmica, elétrica, química, e utilização de todos os tipos de radiações que necessitamos.
A vida vegetal já inventou um processo semelhante, chamado fotosíntese.
Ou seja energia produzida localmente a partir de pequenas potências e de transformações da energia solar disponível.
Fernando Xavier
11 Junho 2014
Soltos / 3 / Jogos Digitais
Novas oportunidades de trabalho – Os Jogos Digitais
Desde a nossa pré-história, o trabalho foi tudo o que levava a resolver as necessidades de alimentação, questão básica para a sobrevivência do seres vivos nossos antecessores bípedes e Primatas.
O trabalho resumia-se a caçar e coletar e a movimentar-se de acordo com estas necessidades.
A questão da comodidade da vida não era contemplada como uma necessidade.
Esta questão era resolvida pelo revestimento piloso do corpo, por camadas de gordura sub-cutânea, por uma pele resistente, por um esqueleto e musculatura reforçados, pela proteção fornecida pela natureza, pela luta permanente pela sobrevivência, e pelo curto tempo real de vida.
Com o desenvolvimento do cérebro, com a evolução da espécie, e com a evolução climática, especialmente o fim das glaciações na Europa e Àsia, uma nova necessidade foi sendo resolvida, a de vestuário e a de ferramentas de todo o tipo, inicialmente de caça, depois muitas outras.
A partir deste momento, o trabalho começa a poder ser dividido, uns caçam e coletam, outros preparam ferramentas e vestuário de peles.
Com o domínio do fogo começa mais uma profissão, a de conservar e saber fazer fogo e depois outras profissões, como a de cozinhar e a de conservar os alimentos.
O fogo melhora a capacidade de defesa dos grupos dos humanos, e a partir do momento em que os alimentos passam a ser cozinhados, reduz-se a necessidade de um estomago e intestino volumosos, e certamente de uma digestão longa, pois os alimentos passam a ser pré-preparados antes de consumidos.
A próxima profissão será a de construtor de abrigos artificiais.
Com a invenção da agricultura esta profissão passa a ser decisiva para a expansão da espécie e para a sedentarização dos grupos sociais e nova necessidade de defesa dos terrenos agrícolas e da água.
As profissões da defesa e da guerra iniciam nesta fase.
A alimentação passa a ser mais regular com intervalos mais curtos.
A invenção da roda e do barco, inciam as profissões dos transportes de pessoas e bens e da pesca, incluindo os serviços de fabrico e reparação.
Uma invenção importantissima foi o alfabeto, que termina com a pré-história e inicia a história e abre um novo horizonte. O numero abstrato e a matemática continuam as invenções.
A partir da revolução industrial, todos sabemos a quantidade de profissões que foram aumentando, incluindo as artes, as letras, o desporto que atualmente movimenta tanto interesse e dinheiro e uma série muito grande de outras profissões.
A eletricidade permitiu prolongar o dia solar pela noite, adicionando uma nova série de profissões e atividades.
E os serviços, incluindo a informação, a comunicação, os financeiros, os de viagens, turismo e de lazer, os espetáculos, a musica, os filmes, a rádio e a TV, a educação e a saúde, a construção, as profissões liberais, a ciência, a investigação, a tecnologia.
A Era Digital introduziu novas e variadas profissões, incluindo a investigação, desenvolvimento, os serviços, a manutenção, reparação e os jogos digitais.
Os jogos digitais movimentam hoje as comunicações, a informação, as finanças, as viagens, e uma quantidade cada vez maior de jovens, especialmente, que se dedicam a esta atividade diáriamente e por várias horas, muitas vezes no período noturno, depois da escola, depois do trabalho, depois da família, regressando àquelas atividades no período do dia, tarde.
Todas estas novas atividades/trabalhos/profissões, tiveram consequência evolutivas na vida das pessoas, mas as consequências das mais recentes, como os jogos digitais , ainda não são previsíveis nem bem definidas.
É provável que os jogos digitais venham a ser reconhecidos como atividade desportiva, ampliando a definição deste conceito e que sejam admitidos em competições internacionais existentes e outras a criar.
Em todas estas atividades, incluindo os jogos informáticos, se pode trabalhar e jogar ganhando dinheiro, meio de troca essencial para permitir o acesso a tudo na vida, do mais básico ao mais complexo.
Fernando Xavier
11 Junho 2014
Soltos / 2 / Leis do Caos
Lei de Murphy
A lei de Murphy diz:
Se pode correr mal, vai correr mal.
E mais, vai correr mal no pior momento.
E se pode correr bem, o mais certo é que vai correr mal.
A primeira é certa.
As duas ultimas são a entrada de Murphy nas Leis do Caos.
Pode-se pretender contestar a Lei de Murphy através do paradoxo de Murphy.
Um paradoxo à Lei de Murphy é algo que se pode entender quando alguém tentar que alguma coisa falhe e consegue.
Um exemplo de paradoxo da Lei de Murphy:
O paradoxo do gato e do pão com manteiga.
O gato cai sempre direito, sobre as patas.
O pão com manteiga cai sempre com o lado da manteiga para o chão.
Então se colarmos uma fatia de pão com manteiga nas costas do gato, o que vai acontecer?
Nunca ninguém se atreveu a experimentar.
Exemplo de corolários da Lei de Murphy:
A outra fila anda mais rápido.
Corolário: Não tente mudar de fila. A outra fila - aquela na qual você estava- ira andar mais rápido, mas só depois de você mudar.
Se você se sente bem, não se preocupe. Isso passa.
Um expert é alguém que sabe mais e mais sobre menos e menos até que ele sabe absolutamente tudo sobre nada.
Se estiver em causa ganhar ou perder você perde.
Nada está tão mal que não possa ficar pior.
Tudo que começa bem, acaba mal. Tudo que começa mal, acaba pior.
Outra lei ou regra é o Princípio de Peter.
O princípio de Peter diz:
Se alguém é promovido por alta competência no posto que desempenha atualmente, ninguém sabe se será competente ou incompetente no novo posto.
Se for competente ótimo, se for incompetente, vai dar tanto trabalho a tirá-lo de lá que o melhor é deixar ficar.
Por exemplo um bom economista, ou carpinteiro, é promovido a chefe de economistas ou chefe de carpinteiros.
À partida perde-se imediatamente um bom economista ou um bom carpinteiro. Não se sabe se se ganha um bom chefe.
A Lei do Caos diz que, nestes casos, os competentes são sempre promovidos até chegarem a um posto em que são incompetentes, e nesse caso a maior parte dos postos de chefia estão ocupados por incompetentes.
Fernando Xavier
22 Outubro 2014
Soltos/ 1 / Crescimento zero
Todos os dias vamos sendo informados de níveis de crescimento trimestral e semestral que indicam ou projetam crescimentos anuais, de desempenho, de produção, consumo, empresas, sociedades, países, zonas económicas e globais.
Estes crescimentos são relativos a metas traçadas, ou comparativos com outros crescimentos projetados no mesmo nível de atividade, ou comparativos com anos anteriores.
Normalmente um relatório de crescimento a qualquer um destes níveis indica um crescimento de p.ex. 3,3% que pode ser considerado muito mau se no ano anterior o crescimento foi de 3,5% ou se a meta traçada para este ano era de 3,8%.
Tenho lido vários relatórios de projeções de lucros de várias empresas globais, para este ano, e o tom do relatório é mais ou menos semelhante, no ano anterior tiveram um crescimento de tantos por cento, com um lucro de tantos biliões de dólares, este ano o crescimento pretendido, melhor que o ano anterior, não será atingido, ou seja a margem de lucro de p.ex. 20 biliões de dólares não será atingida, prevendo-se que se atinjam 18 biliões de dólares, o que se percebe que é muito negativo e obriga a explicar as variáveis mundiais menos propícias que forçaram esta hecatombe.
Para prevenir a repetição deste acontecimento muito desagradável, a empresa (ou organização ou país), irá limitar os custos de produção em várias unidades, diminuindo a mão de obra empregue ou o custo desta e vender ou encerrar uma determinada unidade (ou certos serviços) que emprega 2.000 pessoas, num país do terceiro mundo, de modo a retomar o nível de crescimento pretendido.
Percebe-se que as organizações a todos estes níveis participam no mercado de ações que é muito volátil e ao informar com antecedência dos resultados esperados para o ano, estão a diluir a reação dos acionistas, muitas vezes outras empresas ou países, que esperavam um nível de dividendos da participação.
Já há alguns tempos ando a pensar nisto e parece-me simples a solução.
A necessidade de crescimento a melhorar todos os anos é na verdade um tipo de raciocínio paranóico, nem sequer é possível.
Não é possível crescer todos os anos, seja em que atividade for.
Todas as atividades humanas, económivas, sociais, desportivas, são passíveis de ciclos com fases de crescimento e fases de compensação.
Sabendo isto, é possível estabelecer metas de crescimento médias, sabendo que em algumas fases dos ciclos as metas serão superadas e em outras fases as metas não serão atingidas, mas o resultado global a médio prazo será aceitável, positivo ou neutro, dependendo também do ponto de vista.
Poderiamos ir ainda um pouco mais longe e aceitar claramente, em certas áreas de atividade, incluindo na área económica, objetivos de crescimento nulo, não crescimento ou crescimento zero.
Em vez de crescimento vertical, podemos simplesmente ter crescimento horizontal, ou não ter crescimento puro e simples. Em vez de mais e mais podemos ter melhor ou o mesmo.
Este conceito vai certamente contra a alma, o núcleo do que é o ser humano, o mais profundo do ser humano, mas, por outro lado, aceitar esta possibilidade implica crescimento no próprio núcleo do ser humano, e implica um novo e mais crescido ser humano.
Parece-me que mais profundo que isto não existe.
Fernando Xavier
20 Outubro 2014