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Homo sapiens e a Megafauna
O homem moderno, Homo sapiens, na sua versão mais pré-histórica, evoluiu em África, central-leste, há cerca de 300.000 anos, e passou a expandir-se pelos outros continentes a partir de há 70.000 anos, incluindo Austrália e Américas.
Uma limitação às suas deslocações era a glaciação que gelava o norte e centro da Europa, Ásia e América, até aos Pirinéus, Himalais, e América Central.
Em todos os locais onde chegou existia vida animal, quadrúpede e bípede, estes últimos representados pelos Homo neanderthalensis e Homo erectus e algumas outras sub-espécies.
Estes humanos eram considerados com crâneo e cérebro maiores que os nossos e mais fortes físicamente, nos ossos e musculatura, mas mais baixos e menos hábeis.
Dentre os quadrúpedes, os maiores são designados como Megafauna, e podemos salientar os Mamutes(4-5m, 15 a 20 ton), os Mastodontes (3m, 7 ton), a Preguiça-gigante( 2m/4m, 4 ton), o Urso das cavernas (2,2m/4m 1,5 ton), Tigre Dentes de Sabre (400 kg), Zebra gigante, o Búfalo gigante, Hipopótamo europeu , Alce gigante, Hiena gigante, Facócero gigante, Lobos gigantes (120kg). Um animal curioso destes tempos era a ovelha que seria do tamanho de um lobo grande e carnívoro, donde a imagem de lobo em pele de ovelha da Bíblia.
Havia muitas outras espécies e também outras de menor porte.
Uma característica comum a todos eles, bípedes e quadrúpedes, seria a capacidade física de defesa e ataque ou seja deviam ser todos bastante perigosos em situação extrema.
Outro facto comum, desapareceram todos, aproximadamente há 10.000 anos, ou entre os 20.000 e os 10.000 anos.
Quando procuramos explicação para um acontecimento invulgar, a primeira regra é saber o que aconteceu na mesma altura, algo diferente.
E o que aconteceu é simples – chegou o Homo sapiens.
Há quem pretenda justificar este desaparecimento por alterações climáticas, meios de alimentação, catástrofes, mas nada aconteceu de dramático nestas esferas.
Pelo contrário as espécies vegetais que seriam a base da sua alimentação ainda hoje existem, quantidades muito diminuídas pela nossa ação, tanto pela desmatação pelo fogo posto, para facilitar a penetração, como pela ocupação dos terrenos para agricultura, e para sedentarização, considerando o aumento explosivo da população.
Por outro lado, considera-se que há 10.000 anos terminou a utlima glaciação, ou seja, aumentaram muito os territórios disponíveis e aumentaram os recursos alimentares para suportar os herbívoros e estes para suportar os carnívoros.
Em alguns casos, a extinção destas espécies pode difícilmente ser explicada pela competição direta, alimentar ou territorial, com o Homo sapiens, como o caso dos outros Homo, o urso das cavernas, e eventualmente algumas espécies de lobos e pouco mais.
Quem quiser ampliar esta lista, basta pesquisar os animais extintos pré-históricos, históricos e os em via de extinção.
Nos nossos dias a Europa, Ásia e América do Norte, e Austrália, podem ser considerados continentes “livres” de animais selvagens de algum porte. A América do Sul e África vão a caminho deste futuro comum.
Neste aspeto, a ultima fronteira são os oceanos.
As baleias, os tubarões, os golfinhos, já estiveram em situação muito delicada, em vias de extinção. E atualmente outras espécies, como o atum, peixe espada, e muitos outros estão na mesma situação, extinção eminente.
Destes só o atum tem sido capturado para fins alimentares.
Todos sabemos a guerra que foi movida aos tubarões, porque atacaram bastantes humanos, e que só terá sido suspensa há pouco tempo, a tempo de impedir a extinção.
O nosso comportamento em relação às outras espécies é de aniquilar se for ameaçador ou diferente, submeter se for dócil, tolerar se tiver que ser até se tornar possível uma das primeiras.
Ao nível da Flora a situação foi e é muito parecida.
Quando chegarem os ET a esta nossa Terra eles que se cuidem.
Fernando Xavier
11 Junho 2014